Decapitação do americano James Foley

Didier François esteve em poder do grupo Estado Islâmico com James Foley.
Ele diz que o americano era o mais maltratado porque tinha irmão militar.
O jornalista francês Didier François revelou nesta quarta-feira (21) em entrevista à rádio Europe 1 que esteve detido por meses com os americanos James Foley e Steve Sotloff.

Foley é o jornalista sequestrado que aparece sendo decapitado por um militante do grupo radical Estado Islâmico num vídeo divulgado esta semana. Sotloff segue sequestrado e é alvo de ameaça no mesmo vídeo.

Didier também foi sequestrado pelo Estado Islâmico, mas foi libertado em abril. Ele contou que tem uma ideia aproximada de quem seja o executor de Foley, com quem esteve preso entre setembro de 2013 e abril deste ano. "Reconhecer é uma palavra forte. Tenho uma ideia mais ou menos de quem seja", disse na entrev ista desta quarta.

A Scotland Yard está tentando reconhecer o assassino de Foley, que no vídeo apresenta um sotaque britânico. Ele pode ser um de muitos militantes que saíram do Reino Unido para lutar pela instalação de um califado numa área entre a Síria e o Iraque.



O jornalista francês explicou que enquanto estavam em poder dos militantes, Foley era o mais maltratado porque, além de ser americano, os sequestradores descobriram que ele tinha um irmão militar ao vasculharem seu computador.

O americano executado foi sequestrado quando saía de um cybercafé na Síria. "Numa das últimas vezes que o vi antes de partir, o grupo -- que tinha um gosto macabro -- havia forçado ele a posar como se estivesse sendo crucificado num muro", disse François.

O francês disse que não contou anteriormente que esteve com Foley e Sotloff porque os militantes ameaçaram fazer represálias contra aqueles que ainda estavam em seu poder.

Um outro jornalista francês, Nicolas Henin, que também esteve preso na Síria com Foley na Síria, explicou à britânica BBC porque alguns reféns são soltos pelo Estado Islâmico e outros não: "Alguns  países, muitos países, realmente negociam. O que eles negociam eu não sei. Não sei se é dinheiro, se são prisioneiros. E alguns países, como os EUA, como o Reino Unido, não negociam. E, bem, eles colocam sua gente em risco".
 
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